quarta-feira, 26 de março de 2008

A cantada



- Qual a melhor cantada que você já levou?
- Não gosto de cantadas
- Fala sério Cris, tem que ter tido uma legal.
- Ah, uma vez um garoto me parou na rua e disse que meu All Star azul combinava com o preto de cano alto dele.
- E você gostou disso?
- Poxa,dá um desconto, pelo menos bom gosto musical ele tinha...

sábado, 22 de março de 2008

A saga das bochechas cor de rosa

Marilu chegou a festa, estava empolgada porque iria ver o menininho das calças xadrez. Ninguém sabia que por traz das brincadeiras, do sarcasmo e das tiradas sutis Marilu nutria um sentimento especial pelo garotinho. Ajeitou seu laço de fita na cabeça, sua saia de bolinhas e foi falar com o menininho. A música começou a tocar, Marilu começou sua dancinha engraçada e desengonçada, ele ria, adorava sua companhia. Dançaram uma dança esquisita e riram das piadas idiotas que ela contava. Estavam se divertindo muito até que apareceu uma loira do cabelo escovado e bochechas cor-de-rosa. Ela não usava saia de bolinhas e não sabia nenhuma dancinha engraçada pelo contrário, se movia de maneira sensual balançava os cabelos e olhava com ar sedutor. De uma hora pra outra seu garotinho de calças xadrez foi embora com a moça das bochechas rosa e Marilu ficou lá forçando um sorriso falso e uma indiferença que não existia.

domingo, 16 de março de 2008

Um é ruim, dois é péssimo, na terceira eu chuto o balde...

Como já diria o velho ditado. Desgraça pouca é bobagem. Na verdade não sei bem se isso é um ditado mas isso não vem ao caso. O fato é que eu sempre me meto em confusão e o pior é que essas confusões sempre envolvem parentes.
Estava eu me preparando para entrar no banho quando ouço a campanhinha tocar. Porque será que as campanhinhas e os telefones só tocam quando a gente tá no banho? Sai eu vestindo a roupa de qualquer jeito e revirando a bolsa atrás da chave pra ir atender a porta.
- Oi.
- Olá...
- A Carmen está?
- Não, minha mãe saiu você quer deixar recado?
- É que eu precisava falar com ela.
- E quem quer falar com ela?
- Você não tá me reconhecendo não?
Ai, ai porque essas coisas acontecem comigo?
- Não, desculpa...
- Eu sou sua tia e essa aqui é sua prima.
- [ Sorriso amarelo]
- Não ta reconhecendo os parentes não prima?
Eu podia ter ficado quieta, ter deixado a moça se apresentar mas não, eu tinha que abrir minha anooorme boca.
- Ah tá, agora eu me lembrei, é que faz tempo que não nos vemos...
- Então tá, fala pra sua mãe que eu preciso falar urgente com ela, mas é urgente.
- Aparece lá em casa prima, a gente tá com saudade.

Trim, Trim...

- Mãe.
- Fala Cris.
- Veio uma moça aqui em casa te procurar dizendo que era minha tia, disse que é urgente.
- E como ela chama?
- É... Não sei...

Um tempo depois desse incidente com minha suposta tia toca o telefone (desta vez eu não estava tomando banho).
- Alô é a Carmen?
- Não, é a Cris.
- Sua mãe está é a vizinha da Ana.
- Ela saiu, você quer deixar um telefone pra ela ligar.
- Não fala aqui com a Ana.
- Tá, mas eu não sei quem é...
- É sua tia.
- Ah...
- Alô.
- Alô, não tava lembrando da tia não?
- É que eu não lembrava do nome.
- Fala pra sua mãe me ligar quando ela chegar.
- Pode deixar.
Porque é que as pessoas Acham que os parentes de terceiro grau da sua mãe são seus parentes, e o pior, gente que você viu uma vez na vida com cinco anos de idade!!!

quarta-feira, 12 de março de 2008

Solidão não cura com aspirina.


- Foto Cris??
- É qual o problema?
- Ué, mas você não tem um flicker só pra isso?
- Tenho, mas eu quis colocar essa foto aqui.
- Mas Cris...
- Mas nada, o blog é meu e eu posto o que eu quiser.

segunda-feira, 10 de março de 2008

De médico e de louco...

Definitivamente eu atraio pessoas loucas. É verdade, no começo pensei que fosse só coincidência mas definitivamente não é. É cada maluco que aparece do nada que juro que fico me perguntando de onde eles saem mas o pior é que eu tenho o péssimo hábito de ser legal e educada com todo mundo aí já viu, os pancados acham que eu to gostando da companhia e não desgrudam mais. Estava eu indo pra casa depois da facu quando do nada surge um ser estranho na minha frente me olhando com uma cara de interrogação. Eu nunca tinha visto o indivíduo na minha vida mas as 11:30 da noite, eu é que não ia criar caso com o sujeito, vai que ele é um psicopata com distúrbio bipolar fugido de um centro de testes que usam cobaias humanos. Já estava pensando um mil coisas sobre meu “suposto-possível-assassino” quando sou tirada dos meu devaneios com uma observação do sujeito de blusa de linho.
- “Pensei que fosse uma amiga”.
Então era isso? Ele não ia me seqüestrar pra tentar roubar meus órgãos, ou me esconder em uma cabana de caça no meio da floresta e me torturar até a morte por causa de sua infância traumática? Essa minha vida é mesmo muito sem graça, eu bem que desconfiei que ele não era parecido com o Jack Nicholson... Depois dessa triste constatação liguei de novo meu mp3 e continuei meu caminho solitário pra casa quando ouço o cara perguntar:
- “Posso te fazer uma pergunta?”
Ahá, eu sabia que ele era estranho, afinal um cara que usa blusa de linho não pode ser normal. Resolvi ser o mais cortês possível, quem sabe com um pouco de sorte meu possível raptor não se apaixona por mim e me deixa viver...
- Perguntar você pode, só ao vou prometer responder...
- “Você ta vindo da casa do seu namorado?”
O que? Era só o que me faltava...
- Não, to vindo da faculdade. Cris sua idiota, por que é que você ta dando satisfações pra um ser estranho desses?
- “Ai que legal, você faz faculdade de que?”
- Geografia.
-“Nossa que tudo, eu queria fazer geografia.”
-legal, e porque não fez?
- “Ainda vou fazer. Você estuda na federal?”
- Estudo.
-“Nossa então você deve ser inteligente, você tem cara de inteligente.”
- ...
- “Você deve conhecer meu amigo, ele chama Tiago mas eu não sei que curso ele faz.”
Ah mas é claro que eu conheço seu amigo afinal, só existe um Tiago no meio dos quase três mil alunos daquela faculdade...
- Olha eu conheço alguns Tiagos mas não sei se é o seu amigo.
- “Ah é esse mesmo, ele é alto, tem o cabelo escuro e usa óculos.”
Nossa com essa descrição ele podia ser o Tiago, o Pedro, o João...
- É podo ser... sempre me disseram que não é bom contrariar um sujeito que usa blusa de linho.
- “Você gosta de novela?”
Hã? Mas a gente não tava falando do Tiago?
- Não, e no mais esse é o horário que eu estou na faculdade.
-“Ah eu adoro!!!”
Ahá!! Sabia que esse seu jeito afetado tinha uma explicação.
- “Você ta vendo a novela das oito?”
Além de tudo ele é surdo.
-Eu não assisto novelas.
-“Nossa a música da abertura da novela das sete é tudo!!!”
Nessa hora o cara começa a cantar a tal música no meio da rua com direito a coreografia e tudo mais.
- “Você gosta dessa música?”
- Ô...
- “E aquela da novela das oito, ela começa assim.”
E lá vai ele com mais performances quase acrobáticas em plena avenida. Bem que minha mãe dizia, cuidado com as companhias minha filha, quem manda não ouvir o que a mãe fala, agora tava lá eu com um projeto de Rosana cantando e dançando como uma deusa no meio da rua.
- “Ai eu adoro cantar, sabia que eu já fiz aula de canto?”
- Jura? E porque será que não deu resultado?
- “Meu sonho é ser cantor.”
- “Você tem preconceito?”
Que capacidade de pular de um assunto pro outro...
- Em relação a que?
-“Primeiro me fala se você tem preconceito.”
- Primeiro você tem que me dizer em relação a que.
- “Você sabe que eu sou né?”
Que você é o que maluco? Isso eu já tinha percebido.
- É o que?
Nessa hora o cara sai batendo palmas e dançando um projeto de dança do acasalamento.
- “Entendido. Gay!!!
Nossa se você não fala eu nunca ia desconfiar.
- Não, não tenho.
-“Ai que bom, agora você pode sair comigo pra um monte de lugar gls.”
-Ah claro, a gente combina um dia. O dia que eu sair em público com você pode me internar.
- Então faz assim, você me dá seu telefone e gente combina esse fim de semana. Vai me fala seu telefone.
- Anota aí...
- Então tá, eu te ligo foi muito bom te conhecer, tchau.
É uma pena não poder dizer o mesmo... E lá se foi o maluco de blusa de linho com o número do meu telefone. Deve estar pensando porque eu dei meu número né. Não ia fazer diferença mesmo, ele não perguntou meu nome e eu também não anotei...

domingo, 2 de março de 2008

Feliz aniversário uma ova.

Todo ano é a mesma coisa. Chega à época do meu aniversário e minha mãe vem com a mesma história.
–“Cris, o que nós vamos fazer no seu aniversário?”
Eu não sei porque ela ainda pergunta porque todo ano a resposta é sempre a mesma.
-“Nada.”
Eu juro que não faço pra irritá-la mas é que não sou muito chegada a datas comemorativas. Se você pudesse convidar só seus amigos mas não, tem sempre o sobrinho neto do seu tio que estava passando férias e não tinha com quem ficar, a comadre da sua mãe que mora lá no fim do mundo, o chefe do seu pai, sem contar aquele visinho chato que leva o cachorro pra fazer xixi no seu portão todo dia e resolve aparecer só porque viu o entregador chegar com as caixas de cerveja. Tá rindo mas é verdade. O cara não sabe seu nome, chega antes de todo mundo e não te leva nem uma caixa de lenços. Na verdade as duas únicas frases que ele te diz são
-“Parabéns” , e –“Onde eu consigo uma cerveja.”
No final ele sai falando que o salgadinho estava frio, a cerveja quente e o som ruim. O pior disso tudo é saber que no ano seguinte vai ser a mesma coisa , ele vai continuar não sabendo seu nome a diferença é que agora ele já sabe onde conseguir uma cerveja.